O Improvável Comensal
Dé cio Luís Schons Casamento da irmã mais velha. Sensação de perda, dolorosa e inevitável. Que seria de nós agora, sem aquela voz tranquila e aconselhadora, mesmo nos momentos em que nós, a piazada arteira, aprontávamos as nossas diabruras? Como viver sem nossa irmã para cuidar das nossas gripes, para nos mandar assoar o nariz sem limpar na manga da camisa, para nos mandar lavar muito bem os pés antes de ir dormir? De minha parte, não entendia por que minha irmã, na verdade uma segunda mãe, tinha que se casar com aquele moço que morava tão longe de nosso povoado – casar e ir embora. Não conseguia ver lógica naquilo, mas as coisas acontecem mesmo sem uma lógica aparente. O dia do casamento, não preciso dizer, foi para mim um dia sem o qual eu teria passado muito bem. Sei que estão curiosos com o fato em si que me motivou a escrever esta historieta, mas não posso ir direto aos finalmentes sem antes situá-los no tempo e no espaço – o palco em que o...